Empreendedorismo10 de agosto de 2016 Tempo de Leitura: 4 minutos

Como monitorar o capital de giro da sua empresa

Por Murilo Bássora

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Empresas não podem funcionar baseadas em ganhar dinheiro por estarem abertas. Muitos dos vários empreendedores que vão à falência têm tal fim por pensarem dessa forma. Porque, para sobreviverem, precisam saber como monitorar o capital de giro e o que ele é. Assim, se mantém o negócio aberto.

Essa base financeira para funcionamento da organização é o que paga as contas, os funcionários, os impostos e ainda fornece disponibilidade para qualquer despesa variável ou eventual. Não há existência empresarial saudável e sustentável sem ela.

Para não ter problemas por conta disso, veja agora como fazer o cálculo desse capital para manutenção dos custos do empreendimento. Então, continue lendo e confira!

O que é o capital de giro?

O capital de giro é o valor que o empreendimento necessita para realizar suas operações de atividades econômicas. Ele é representado pelos itens de uso e consumo rápido na empresa.

Ou seja, o ativo circulante é tudo que a empresa tem para custear e manter seus gastos operacionais do dia a dia, sejam despesas fixas, ou os custos necessários para comercialização, produção ou prestação de serviço.

O capital de giro é diferente do chamado capital fixo ou permanente, que é o investimento voltado à compra de máquinas, instalações, matérias primas, imóveis e equipamentos. Esses itens são necessários para o início do processo físico de funcionamento do empreendimento.

Qual a importância em monitorar o capital de giro?

Se observar os processos que levam algumas empresas à falência, descobre-se que a falta de capital de giro é o principal motivo que as leva a isso. Empreendimentos lucrativos, em vários casos, sucumbem pela falta de planejamento da rotação do capital. Não basta apenas entender porque isso acontece, mas sobretudo, analisar o ciclo operacional da empresa, que se divide em ciclos financeiro e econômico.

A rotação econômica interfere no processo de produção, desde a compra de produtos até a venda dos bens e serviços. Por sua vez, o financeiro vai do pagamento da compra de insumos ao recebimento pelas vendas realizadas. O problema é que os empreendedores não se lembram que o aumento de produção afeta primeiro o pagamento dos insumos. Só depois do ciclo operacional, a empresa recebe pelo aumento produtivo.

Dessa forma, a necessidade de capital de giro amplia com o crescimento da produção e, caso a empresa não se planejar, ela poderá ter graves problemas financeiros.

Monitorar os ciclos econômico e financeiro é essencial. Eles não são afetados apenas pelo crescimento, como também pelos prazos de pagamento e recebimento. Mesmo que o capital circulante não seja essencialmente função do ciclo operacional, administrar as mudanças nos ciclos econômicos e financeiros é a peça chave para a manutenção do empreendimento.

Saiba como monitorar e otimizar o capital de giro

1. Mantenha um bom fluxo de caixa

O fluxo está intimamente ligado à sustentabilidade financeira da empresa, pois engloba os recebimentos e as obrigações. E além de controlar os números em movimento, o fluxo de caixa também deve projetar as contas a pagar, receber e saldos disponíveis em curto e longo prazos.

Assim, é possível saber quais são os valores que influenciarão no capital de giro e se é ou será necessário tomar alguma decisão para manter as finanças saudáveis.

2. Controle o estoque

Esse controle é extremamente importante para o cálculo. Por exemplo, se todas as obrigações forem cumpridas e sobrar uma pequena liquidez, porém o estoque estiver baixo e não controlado, o planejamento estará errado. Em breve, um pedido ao fornecedor que exija um gasto acima das disponibilidades, resultará em capital insuficiente.

É claro que as aquisições podem ser feitas a prazo. E mesmo nessas condições, o controle de estoque precisa estar em dia, pois isso possibilita a adequação das obrigações futuras adquiridas em relação ao capital e ao fluxo projetados, contribuindo também para a projeção de seus saldos consolidados.

3. Tenha um sistema de cobrança eficiente

Por mais que se busque evitar, sempre surgem clientes inadimplentes. E quanto mais devedores se tem, mais capital de giro é necessário. Ter um setor especificamente voltado às cobranças e um instrumento de automatização e controle eficiente, os quais melhorem os pagamentos dos clientes devedores, impede que você entre no vermelho por faltas reversíveis de pagamento.

4. Conte apenas com o dinheiro recebido

Mesmo tendo prognóstico de recebimentos, você não pode gastar o capital antes de ele efetivamente entrar na sua conta bancária, não é mesmo? Já pensou se o cliente não te pagar? Dessa forma, só gaste quando tiver total certeza de que o dinheiro entrou na sua conta.

5. Negocie prazos com os fornecedores

Quanto maiores forem os prazos para efetuar o pagamento aos seus fornecedores, mais tempo você possui para organizar seu caixa. Muitos fornecedores são bem flexíveis e aceitam prazos estendidos de 45 ou até 60 dias. Mas não atrase nunca o pagamento desse fornecedor. Se ocasionalmente for necessário, renegocie, mas nunca o deixe sem uma satisfação.

6. Utilize a fórmula de cálculo com as contas circulantes para calcular o capital de giro

Nos relatórios contábeis, ativo e passivo circulantes são os recebíveis e as obrigações em movimento no presente e em curto prazo — considerados, para tais instrumentos financeiros, valores realizáveis dentro do exercício corrente.

Então, como calcular o capital de giro com esses relatórios? Basta diminuir os passivos dos ativos, que devem representar mais dinheiro do que as obrigações. Assim, se tem capital bruto e líquido para o funcionamento da empresa.

Por exemplo,

  • ativo circulante do mês — R$ 295 mil;
  • ativo circulante em curto prazo — R$ 637 mil;
  • passivo circulante do mês — R$ 175 mil;
  • passivo circulante em curto prazo — R$ 485 mil;
  • projeção de compras em curto prazo — R$ 36 mil;
  • projeção de compras no mês — R$ 18 mil;
  • capital líquido do mês — R$ 102 mil;
  • capital líquido em curto prazo — R$ 98 mil.

Essa equação dá segurança ao negócio, pois garante que contas, folha de pagamentos e impostos sejam quitados e ainda haja porte líquido para o futuro ou despesas imprevistas. Mas, para que essa conta seja feita corretamente e nenhuma surpresa estrague o planejamento, o fluxo de caixa precisa ser um aliado íntimo e estar muito bem controlado — corroborando os números acima.

E ainda é necessário relacionar o estoque e sua movimentação, para ter exatidão no resultado líquido.

7. Procure otimizar o capital de giro

Algumas ações podem fazer com que o capital gire positivamente mais rápido e se mantenha sempre alto. Por exemplo, pode-se antecipar os recebíveis dando descontos para clientes em pagamentos antecipados a prazo, ou oferecendo valores mais em conta para recebê-los à vista.

Outra ótima forma de possuir um bom capital para ter base disponível segura, contas e ainda poder investir no negócio é tomando empréstimo. Porém, não se deve recorrer a qualquer entidade financeira, com grande burocracia e juros pesados. É recomendável optar por um modelo de financiamento desburocratizado e que ofereça boas condições — juros reduzidos —, como as fintechs.

Então, ainda tem alguma dúvida de como calcular o capital de giro? Deixe seu comentário sobre como você lida com esse decisivo elemento empresarial.

Murilo Bássora

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